Para as pessoas que acompanham o Mulheres em Campo, obrigada por estarem lendo este texto, meu primeiro como integrante da equipe de colunistas do site.
Aceitar tal convite, além de ter sido uma honra, foi a forma que encontrei de mostrar que nós mulheres do agro temos domínio pelos mais diversos temas pertinentes ao setor e não estamos aqui somente para falar sobre o empoderamento feminino no agro. Meu objetivo maior, é ampliar a visão que as pessoas têm do agro, que vai muito além do ciclo cuidar da terra, plantar, colher e consumir ou comercializar (Sim! Algumas pessoas AINDA possuem esta visão). Então, hoje apresento um tema que está sendo bastante comentado na agricultura, o já famoso IoT.
MAS O QUE É? ONDE VIVE? É DE COMER?
Comecei ouvir muito essa palavra nos congressos e simpósios que eu visitava, então você que atua ou pretende atuar com agro, principalmente em campo, é bom saber um pouquinho mais sobre IoT.
Internet Of Things (IoT), ou simplesmente Internet das Coisas, é o um conceito relativamente recente, criado pelo cientista britânico Kevin Ashton na virada do século, que expressa a capacidade de conexão. Abrange as tecnologias capazes de conectar todos os tipos de dispositivos digitais a bases de dados, a redes e à internet, para que “conversem” entre si ou possam ser acessados à distância. Faz cada vez mais parte da nossa vida e está presente em quase todas as áreas da economia. De acordo com um cálculo da BI Intelligence, a IoT deverá gerar investimentos de U$ 6 trilhões entre 2015 e 2020, o que representa 1,25% do PIB global neste período.
No agronegócio desempenha um papel essencial, que representa mais de 21% do PIB brasileiro, com produção superior a R$ 1,2 trilhão e é responsável por quase metade das exportações do país. O Brasil é o segundo maior produtor mundial de alimentos, depois dos Estados Unidos e segundo estudos da ONU deverá chegar ao primeiro posto na próxima década, considerando seu imenso potencial de expansão. Com isso temos um grande desafio: produzir mais com menos recursos e de maneira sustentável para alimentar a população global que atingirá 8,6 bilhões de pessoas em 2030, segundo previsão da a Organização das Nações Unidas (ONU). A internet das coisas (IoT) é parte importante na resposta a esse desafio.
Verdade seja dita, a agricultura mundial perdeu aquela imagem idílica, da casinha perdida no horizonte, com alguns animais a sua volta. O conceito de vida simples do campo caiu.
Com o espaço que a tecnologia ganhou no campo a IoT avança a passos largos em áreas essenciais, desde o rastreamento da logística de transportes das safras até os drones que monitoram as lavouras.
Atualmente, conforme dados da Associação Brasileira de Agronegócio (Abag), 60% da agricultura nacional utiliza a IoT e a tendência é de crescimento. O acesso aos dados em tempo real é um grande avanço para o setor, independente da área em que a IoT está sendo usada, seja em maquinário, agricultura de precisão, monitoramento, a tecnologia se faz presente para otimizar processos, minimizar perdas e maximizar resultados. Porém ainda existem áreas, onde a aplicação de toda esta tecnologia não é viável, principalmente para os pequenos produtores. A melhoria da infraestrutura é fundamental para que a IoT possa estar mais disponível para todos.
De acordo com o diretor da Abag, Luiz Cornacchioni, o custo da tecnologia não é significativamente mais elevado, mas é necessário adequá-la à realidade da produção: “a diferença financeira entre a máquina com essa tecnologia e a sem é revertida rapidamente pelo ganho de eficiência, no entanto, a mão de obra para aplicá-la limita um pouco o pequeno produtor”.
Por meio de recursos como imagens de satélite, algoritmos de aplicação variável, sensores de alta tecnologia, aplicações móveis ou GPS, a tomada de decisão se torna mais clara, mais inteligente e mais simples.
A Internet das Coisas vai abrir novas oportunidades de negócios na agricultura digital, abrangendo mais elos da cadeia produtiva do agronegócio – não se limitando apenas à produção física nas fazendas, bem como promovendo mudanças nos serviços que serão ofertados.
Devido a dimensão dos desafios, a demanda por profissionais especializados nessas tecnologias deve crescer muito, a tecnologia das coisas vai abrir muito espaço de trabalho em um futuro bem próximo.
Fonte: Bayer Jovens, Santander, Destaque Rural
Muito bom o texto Aretuza! Realmente é uma tendência que não pode ser ignorada, devido aos grandes ganhos de planejamento, previsibilidade e produtividade atrelados.
Obrigado por compartilhar!!