O primeiro artigo da série #MulheresnaPecuária, lançado no dia 06/2, foi um sucesso! Seguimos com a nossa programação apresentando hoje Letícia Abdala Pascoal, produtora rural no Estado de Minas Gerais.
Letícia Abdala Pascoal, de São João Evangelista/MG, nasceu e foi criada em uma família de produtores de leite. Ela representa a terceira geração leiteira, precedida por seu pai Andrelino Pascoal e, antes dele, por seu avô Waldyr Pascoal. Ela conta que todos viveram e ainda vivem do leite. “O leite é um ouro branco rico e precioso, ora produzido e ordenhado nas férteis terras do Leste de Minas Gerais, mais precisamente, na mesorregião do Vale do Rio Doce”, comenta Letícia.
Após o término do ensino fundamental e médio, suas origens falaram mais alto e ela acabou cursando medicina veterinária. “Não obstante outras oportunidades profissionais terem me assediado, algo mágico e irresistível me trouxe de volta, de volta para casa! Realmente, nunca imaginaria que quando eu voltasse para a fazenda da minha família, onde cresci e fui criada, iria me apaixonar por ela novamente. Interessante mencionar que não me apaixonei apenas pela terra, ou pelas pessoas que ali viviam e laboravam, me apaixonei intensamente pela atividade leiteira ali desenvolvida e controlada pelo meu guia, pelo meu protetor, meu saudoso e amado papai. Já em casa, iniciei meu segundo aprendizado de alto nível, quando comecei a trabalhar com ele”.
A partir desse momento, Letícia passou a aprender com seu pai como ser uma produtora rural, com todas as responsabilidades, deveres e riscos inerentes a essa atividade econômica. “Também, aprendi com ele o real significado da palavra sacrifício e quanto é duro o trabalho de fazer da produção do leite o sustento da família. Apesar do agronegócio do leite e seus derivados representarem um importante indicativo de desenvolvimento socioeconômico para a sociedade brasileira, especialmente no quesito segurança alimentar, podemos perceber o quanto, nós produtores rurais, ainda não somos devidamente valorizados pelas políticas econômicas e legislativas no Brasil. Entretanto, em razão do otimismo que cultivo em mim, continuo acreditando que um dia, essa triste realidade mudará”, acrescentou ela.
Com o falecimento do seu pai em 2013, Letícia assumiu a gerência da fazenda juntamente com a sua mãe. “Ela é uma mulher incrível, guerreira nata, corajosa, vencedora e sempre está ao meu lado nos momentos mais difíceis. Na ausência do meu papai, os desafios e os obstáculos que vieram, me fizeram mais forte e mais confiante em mim. Tais eventos também me fizeram acreditar, que mesmo sendo uma mulher, em um universo essencialmente masculino e chauvinista, posso ser tão competente e competitiva quanto qualquer outra pessoa, seja ela homem ou mulher”.
Relatando parte da sua história, a produtora procurou abrir a porta das possibilidades para outras mulheres e dizer a todas elas que ‘nós somos do tamanho dos nossos sonhos e que tudo é possível, quando se tem fé e acreditamos em nossas potencialidades’.